Os ramos de flores de Oscar Wilde no jardim português. Uma análise do discurso do material paratextual das obras wildianas traduzidas para língua portuguesa e antologisadas no polissistema literário português.
Vulgarmente, as antologias (etimologicamente, um ramo das melhores flores) são definidas como compilações de textos (ou parte deles) seleccionados segundo determinados critérios (homogeneidade do assunto ou do género literário, as melhores ou mais relevantes obras de um autor ou autores, periodicidade, cronologia, etc.). Mas esta forma editorial e de publicação e de género literário (sejam textos ou excertos narrativos, líricos ou dramáticos) é também uma espécie de discurso cuja função ou funções, além da meramente didáctica, é, de uma forma geral, registar os textos escolhidos e o(s) autor(es), estabelecer/modificar cânones e tentar formar um leitorado.
Uma mais completa compreensão destas funções será obtida através da análise das fontes primárias – os próprios textos e a organização deles – e através da análise do discurso do material paratextual – introduções, prefácios, posfácios, notas e comentários, etc. – o qual pode ou não contextualizar a compilação. O ponto de vista da antologia pode mesmo ser apercebido através da falta de alguns destes instrumentos estruturais.
Embora haja algumas diferenças entre uma antologia e uma colecção (principalmente, no que diz respeito à organização e ao nível da selecção de textos), estas duas categorias históricas podem ser idênticas e algumas colecções podem ser considerada antológicas.
Tal como a antologia, a tradução é um discurso transnacional. O papel desta última é a transferência de uma determinada realidades cultural para uma outra. Tanto a(s) antologia(s) como a tradução reflectem uma determinada ideologia e uma poética. Ambas podem dar-nos informação sobre a recepção crítica, o leitorado de determinado país e a posição (em termos Even-Zoharianos) de um autor num determinado polisistema literário.
O objectivo deste trabalho é cartografar tanto as antologias como as colecções das obras escritas por Oscar Wilde traduzidas para a língua portuguesa e antologisadas no (poli)sistema literário de Portugal e simultaneamente, através de uma análise do discurso do material paratextual destas antologias e/ou colecções, investigar e tentar avaliar a posição (central/ periférica) que este autor e os diferentes géneros de escrita dele ocupam no polisistema literário português.
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